sábado, 13 de julho de 2013

D E D A L





A HISTÓRIA DO DEDAL

 

Você olha para o dedal e pensa, que objeto tão insignificante.....Pois é, esse objeto tão pequenino atravessou séculos e tem uma história.


 
Dedal é uma proteção feita à medida dos dedos humanos. Usa-se no dedo médio quando se costura, além de ser um utensílio que auxilia na proteção do dedo durante a costura.
 
 
 

 



Dedal antigo em ouro 18k, ouro amarelo e ouro rosa.

 

É apenas um pequeno instrumento comum, necessário unicamente a quem se dedica a trabalhos de agulha. Feito em forma de pequeno cone truncado, coberto na extremidade para servir de proteção aos dedos, em metal simples ou também em osso, prata ou ouro. Ele aparece completamente liso na parte interna, ao passo que, na externa, é todo pontilhado de pequenas cavidades, onde a agulha encontra apoio, no ato de passar através do pano.

 
 
 
 


 

O dedal é usado no dedo médio e, a cada ponto da linha, ele dá à agulha o impulso necessário para a execução do trabalho. Existem dedais mais semelhantes a anéis do que a um cone, e que se usam no dedo mínimo, quando se trabalha com fio ou com seda retorcida, para costuras em que ambos os lados devam ficar mais tesos. Ele salva o dedo dos repetidos sulcos do fio, no movimento das mãos que, ao trabalhar, força a tensão e por isso se chama, muito justamente, salva-dedos; ao invés das habituais cavidades, apresentam, na parte externa, sulcos horizontais.

 


 

Um bom dedal cobre inteiramente quase toda a primeira falange, sem apertar o dedo. Deve-se preferir o dedal de aço, onde existem vãos mais acentuados e, portanto mais adequados ao impulso da agulha; o dedal deve ser liso na base e arredondado na cabeça. Pequenas particularidades distinguem cada um dos quatro tipos de dedal:

 


 

a)      É colocado no dedo médio, e serve para costurar, remendar e bordar.

b)      É adaptado ao dedo mínimo, e indicado para bordar com fio torcido ou outro fio qualquer cortante.

c)       É aquele que se usa no indicador, quando se trabalha a arpãozinho, num tear. É uma folhinha metálica, enrolada, mas não soldada, a fim de que possa servir para qualquer dedo; possui uma abertura ao alto, não tem uma cúpula, e é levemente cortado em diagonal. Esse dedal apresenta uma cavidade que deve pousar na unha: neste sulco, entra e gira o arpãozinho especial, usado para perfurar o tecido esticado sobre o tear de largura limitada à medida do objeto que se quer fabricar;

d)      O último modelo do dedal é usado somente pelos homens; é um anel algo oco, de cabeça descoberta.

 




 

Os primeiros dedais que se conhecem datam aproximadamente do ano 10.000 a.C. portanto existe um período de 5.000 anos entre a primeira agulha de costurar e o primeiro dedal no qual, possivelmente, foram utilizados peças de couro ou madeira como empurradores para ajudar a realizar os primeiros trabalhos de costura.

 


 

Esse pequeno instrumento também possui uma história, e muito antiga. Nos túmulos dos faraós, foram encontradas cupulazinhas de couro, que haviam servido para espertas e altivas rainhas egípcias em seus trabalhos de costura e bordado.

 


 

Os egípcios nos tempos dos faraós foram os primeiros que progrediram na arte da costura juntamente com a civilização da mesopotâmia.

 




 

Dedais eram provavelmente desnecessários antes da introdução de têxteis, porque as pessoas usavam peles unidas com furos no couro. Quando os produtos têxteis começaram a ser usados, tornou-se necessário o uso de um acessório para proteger os dedos da ponta da agulha e também para ajudar a empurrar as agulhas nos tecidos que ainda eram grossos.

 


 

As rainhas egípcias usavam, para seus trabalhos de bordados, dedais de couro encontrados nos túmulos dos Faraós.

 


 

 Mais tarde, o dedal foi fabricado em osso, chifre e marfim, e as patrícias romanas usavam-no para bordar, com fios de couro, as vestes de lã tingidas de púrpura. Nos séculos XII e XIII, os poetas românticos germânicos, os “Minnesinger”, que compunham e cantavam suas canções para as damas a quem serviam, falavam, em palavras rimadas, do pequeno objeto, que figurava nos afusados dedos de alguma formosa donzela.

 


 

No Oriente antigo, as damas de condição mais elevada possuíam dedais de imenso valor, geralmente cravados numa enorme pérola e adornados de ouro finamente cinzelado.

 


 

Foram muito procurados os dedais feitos de vários metais: ferro, latão, aço e também em ouro e prata, talvez já em uso na Antiguidade. Um pintor de Amsterdã, discípulo de Rembrandt, teve a engenhosa ideia de pintar dedais, preciosos e artísticos, ornados de pedras preciosas e raras e também outros artistas de renome entretiveram-se nessa delicada ocupação.

 

 


 

Na segunda metade do século XVIII, todo noivo galante devia – não sabemos se por obrigação ou por ser uso – oferecer à noiva um belo dedal cinzelado.

 


 

Hoje, infelizmente, essa moda romântica desapareceu e o dedal não é nada mais do que um instrumento indispensável aos trabalhos de agulha, é liso, prático e de preço insignificante. Poucos são os dedais de marfim e prata e mais raros ainda os de ouro.

 


 

Na Idade Média, as damas costumavam aguardar a volta dos cavaleiros que estavam combatendo, entretidas, em seus castelos, em trabalhos de agulha e alegradas pelo suave canto de um menestrel. Para evitar picadas de agulhas em suas delicadas mãozinhas, faziam uso do dedal.

 


 

Aos três quesitos “quando, como e por que” foi inventado o dedal não se pode responder com precisão, porque a história não nos deixou notícias sobre o assunto, mas de pode afirmar, com segurança, que sua invenção remonta há vários séculos, e que a primeira e rudimentar tentativa foi um largo anel, preso de qualquer maneira ao dedo, e rugoso por fora, para impedir à agulha de escorregar. Este anel é bastante antigo, e existem provas aceitáveis de sua existência remota.

 


 

Diz a lenda que o dedal, em seu aspecto moderno, foi idealizado por um ourives em Amsterdã, Nicias Van Benschooten, para presentear (19 de outubro de 1648) a senhora Van Reunsselar, por ocasião de seu aniversário. Acompanhando o presente com uma carta, o ourives asseverou ter sito o inventor do pequeno instrumento e rogou à dama que o aceitasse a fim de proteger seus ágeis dedos durante os trabalhos de agulha.

 


 

São conhecidos exemplares de dedais muito mais antigos, encontrados na Rússia meridional e conservados nos museus de França e Itália. São dedais de bronzes, marfins, ossos, muito semelhantes aos dedais modernos, e está também documentado que se fabricavam dedais, em Nuremberg, em 1531, e que já estavam bem difundidos. De fato, existe um desenho do ano de 1628, que apresenta um fabricante de dedais produzindo escabrosidades na superfície externa do dedal por meio de ferramenta adaptada a um torno manual.

 


 

Tal desenho se acha num álbum de estampas, de valor inestimável, que se encontra na Alemanha, e é propriedade da Fundação Neudel, instituída em 1830. O retrato traz a seguinte legenda: “Um fabricante de dedais, cognominado Fingerlin”, e o texto é o mais antigo dos relativos a dedais.

 


 

Elemento de interessante curiosidade é um desenho satírico contra os alfaiates, executado no século XVI, época em que a literatura já se referia claramente ao dedal.

 


 

Na “descrição de todas as profissões, tanto as altas profissões como as baixas, intelectuais ou manuais, de todas as artes, profissões e negócios”, publicada em 1568 e ilustrada por Jost Amman, entre outras, vê-se a imagem de um fabricante de dedais, entretido em seu trabalho, com seu aprendiz. A legenda, em versos, é de Hans Sachs e o dedal ali está descrito com feliz exatidão.

 


 

Até ao ano de 1696, o dedal, que então se usava no polegar, era fabricado a mão, a princípio em Nuremberg, em seguida em Colônia, depois em Amsterdã e em outras cidades holandesas. No mesmo ano, Bernd Van der Beche (segundo outros, Johann Lotting) inventou uma máquina, com a qual se fabricavam dedais, muito rapidamente, a preço relativamente baixo. Se entre nós o dedal é, agora para as grandes damas, um objeto simplicíssimo e de caráter utilíssimo, não acontece o mesmo, nestes nossos tempos, na longínqua China.

 


 

Os dedais usados pelas mulheres chinesas, de condição elevada, são aquilo que se pode imaginar de mais rico, elegante e surpreendente. Alguns são entalhados com finíssima arte. As damas os conservam em lindos estojos de madrepérola que, frequentemente, é completado por um análogo e precioso agulheiro.

 


 

Qualquer pessoa que tenha realizado um trabalho de costura durante certo tempo sabe se que se os dedos não forem protegidos, com algum acessório, corre o risco de deixar as pontas dos dedos marcadas como a parte superior dos dedais.

 


 

Os dedais nem sempre foram usados como deveriam, pois os marinheiros quando precisavam de ajuda para juntar lonas pesadas junto as velas, usavam um tipo de couro redondo envolto uma folha metálica na palma da mão e empurravam a agulha através do couro, ao invés de usar uma cobertura sobre os seus dedos.

 


 

Na Europa, anos atrás era tradição colocar um dedal de prata em um pudim de Natal para trazer sorte durante todo o ano até o próximo Natal.

 


 

E dedais grandes de ferro eram utilizados no século XIX em toda a cabeça de alunos desordeiros nas escolas.

 


 

Um jogo chamado “caça ao dedal” foi famoso em festas populares, era oferecido um prêmio para quem achasse o dedal primeiro.

 


 

Hoje as pessoas que trabalham com costura não precisam mais se incomodar tanto em proteger os seus dedos, porque com a moderna indústria foram inventadas finas agulhas e tecidos e com isso os dedos não ficam tão doloridos.

 


 

Mesmo assim, muitas pessoas continuam a comprar dedais para coleção. Estes dedais modernos não são concebidos para serem utilizados em costura. Produzido a partir de porcelana, metais preciosos, madeira, plástico, vidro, carvão ou de malha de lã e sendo tão pequenos, não ocupam muito espaço.

 

 

 

 

 

Enciclopédia Trópico Volume III.

Documentário 138.