sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

 B A T O M





O batom é um cosmético usado para dar cor aos lábios. Com ou sem brilho, realça a boca e é disponível em várias cores e marcas, adequando-se a diversos gostos. O nome vem do francês bâton, literalmente “bastão”, embora o cosmético não seja chamado assim em francês. É um dos hábitos mais antigos do universo da ornamentação feminina


H I S T Ó R I A    D O     B A T O M

Desde sempre, na história da humanidade, o batom é considerado como um instrumento de poder, sedução e manipulação.



Os sinais mais remotos do uso de algo para colorir os lábios foram encontrados no Antigo Egito. Tratava-se de uma substância natural denominada "púrpura Tyr”, que nada mais era que uma tinta, bastante rara, produzida na cidade fenícia de Tiro, foi particularmente conhecida pela produção dessa raridade, a qual era reservada para a realeza ou nobreza. Usada pelas mulheres das altas classes sociais, a qual realçava a cor dos lábios e dava um aspecto mais saudável aos lábios.


Nessa época as mulheres da antiga Mesopotâmia esmagavam pedras semipreciosas para destacar os lábios e até mesmo passa-las ao redor dos olhos.
As mulheres gregas usavam uma raiz vermelha chamada “polderos” misturada com cerato de mel para dar um aspecto mais saudável e úmido aos lábios.
As egípcias criaram um corante vermelho feito a partir de algas marinhas, iodo e bromo.



 

(Busto da rainha egípcia Nefertiti (c. 1380 - 1345 a.C.)


Há cerca de 5.000 a.C., foram encontrados em túmulos mais antigos como o da rainha Nefertite, vestígios de pigmentos vermelhos, obtidos a partir do óxido de ferro. Nefertite (que significa “a mais bela chegou”) e antecedeu Cleópatra no uso da maquiagem. Ela foi uma rainha da XVIII dinastia do Antigo Egito, esposa principal do faraó Amenhotep IV, mais conhecido como Aklenaton.

No museu de Berlim, na Alemanha, pode-se ver no busto de Nefertiti, a prova que lábios femininos eram já eram pintados pelas mulheres dos faraós mil anos antes da era de Júlio César e recorriam sempre ao tom vermelho, sexualmente apelativo, pois os lábios femininos enrubescem ao estímulo de excitação.







Busto de Cleópatra - Museu de Berlim
Cleópatra (Cleópatra Thea Filopator, nasceu em 69 a.C., ultima rainha da dinastia de Ptolomeu. O nome Cleópatra significa “glória ao pai”, Thea significa “deusa” e Filopator “amada por seu pai”) criou um pigmento vermelho vivo, que era constituído por besouros esmagados com ovos de formiga e para o efeito cintilante, utilizava-se escamas de peixe. Esta primeira tentativa de batom rica em ácido trouxe inúmeras doenças infecciosas às mulheres e consequentemente aos homens, ficando conhecido na época como “O beijo da morte”.
Na Grécia Antiga, durante o século II, há cerca de 2.000 anos, foi criada uma lei que proibia as mulheres usar batom antes do casamento, portanto, somente mulheres casadas podiam colorir os lábios, e para isso utilizavam uma raiz chamada “poldero” misturada à cera de abelha e assim conseguiam deixar os lábios coloridos e úmidos.

A má fama do batom nos séculos seguintes nasceu na Espanha. Por lá, no século VI, apenas mulheres de classe baixa utilizavam a pintura, portanto nem burguesas e nem plebéias. Com o tempo, o uso tornou-se sinônimo de más intenções.
No século 13 (1200 a 1299), um monge italiano da cidade de Piza descobriu o carmim de Cochinella, pigmento vermelho insolúvel em água, que deu novos ares ao batom.
Em 1653, na Inglaterra, o pastor Thomas Hall liderou um movimento dizendo que a pintura de rostos era “Obra do Diabo“.

No século XVI então, o batom virou sensação do momento, ganhou mais popularidade na Inglaterra, durante o reinado da rainha Elisabeth I.
Criou-se então um padrão de moda feminina em que a cara era tornada o mais branca possível, com a ajuda de cremes e pó de arroz, contrastando assim com os lábios bem vermelhos. Por essa altura o batom era confeccionado a partir de cera de abelha, óleo de jojoba e derivados de pantas com corantes vermelhos.


O problema é que quando a Rainha Victoria ocupou o trono, a maquiagem em geral foi quase banida por toda a Europa medieval, por ser considerado vulgar e típica de prostitutas. Até então, o batom sobreviveu em becos escuros até as atrizes trazerem sua credibilidade de volta.


O Parlamento inglês implantou uma lei em 1770 que condeva as mulheres que usavam maquiagens e adornos da mesma maneira que as bruxas eram condenadas. Pois achavam que pintar a boca era hábito de mulheres mal intencionadas. Além disso, o termo insentava os maridos de suas obrigações que haviam casado com mulheres de “falsa máscara”, ou seja, com muita maquiagem. Houve casos em que os maridos escreeram ao governo, pedindo divórcio porque a esposa não era a mesma sem maguiagem, causando falsas expectativas. E época, somente prostitutas e algumas atrizes extravagantes faziam uso dos pigmentos.


Enquanto isso, no Japão do século XVIII, as gueixas esmagavam pétalas de açafrão para criar batons, pintar as sobrancelhas e delinear os olhos.


A volta do batom no final do séc. XIX fez com que a Guerlain começasse a manufaturar o produto e já em 1884, o primeiro batom da história moderna foi introduzido pelos perfumistas parisienses. Ele era embrulhado em papel de seda feito com sebo de veado, óleo de mamona e cera de abelha.
No começo do século passado, Rhocopis, um perfumista francês, inventou o “bâton serviteur”, uma massa feita de talco, óleo de amêndoas, essências de bergamota e limão, de cor vermelha, para dar liga, ele usava gordura de cervo. O produto era vendido numa embalagem de papel de seda. Bâton serviteur em francês é nada menos que bastão servidor. Um cilindro que serve para embelezar os lábios. Vendido em uma embalagem de papel de seda
Num ápice esta invenção conquistou as atrizes e prostitutas do mundo inteiro.
 Pearls Pugsley
No início do século as mulheres consideradas de família não usavam batom. Ficou famoso o espisódio em que a jovem Pearls Pugsley, então com 17 anos de idade, foi proibida de entrar na escola porque estava com os lábios pintados.
Depois da Primeira Guerra Mundial, o produto se popularizou e conquistou o público feminino, que perdeu o preconceito, talvez devido à falta dos homens as donas de casa, mulheres de familia, passaram a trabalhar fora e ganhando independência, adquiriram e aderiram à novos conceitos de moda e entre eles o batom, que até hoje tornou um item indisénsável nas bolsas femininas.
Foi no começo do século XX que o batom conquistou seu lugar cativo na lista de objetos indispensáveis da mulherada, época em que o mesmo começou a ser vendido e embalado num tubo e vendido em cartucho na cidade de Paris. Naquele momento, a difusão do uso do batom pelo mundo inteiro era apenas uma questão de tempo.

O formato dos batons também passou por processos de modernização e praticidade. Por volta do ano de 1915, apareceu nos Estados Unidos um derivado do “baton serviteur”: um colorante labial em forma de um pequeno tubo metálico. A sua aceitação na América do Norte foi quase instantânea.
Clara Bow


Theda Bara

As mulheres passaram a poder gozar abertamente do batom. Os lábios pintavam-se em forma de coração e os cantos da boca, de forma delgada. Os tons escuros, como o vermelho-escuro mate, marcavam a tendência. Ditavam a Moda estrelas de cinema como Clara Bow e Theda Bara


Em 1921, o batom se tornou popular na França, quando começou a se produzido em seu formato conhecido (bastão) e era comercializado nas lojas de Paris.

Greta Garbo

Marlene Dietrich
A fórmula sólida do batom só teve início na década de 1930  e ele se tornou mais natural e a tendência principal era a de arredondar o lábio inferior. Uma forma feminina, mas com um ar “artificial”. Os ícones eram atrizes famosas como Grega Garbo e Marlene Dietrich. O lápis para contorno dos lábios foi uma invenção desta época.
Com a evolução da indústria cosmética, atualmente o batom não dá apenas cor, mas também protege a pele delicada dos lábios contra o frio, o vento e o sol.
Marilyn Monroe

O sucesso é tal que em 1930 os estojos de batom dominam o mercado americano, trazendo uma nova fase para o desenvolvimento destas formulações. A morena Marilyn Monroe usava maquilagem clara e pintava lábios vermelhos intensos, atraindo e intensificando sua feminilidade.












Elizabeth Arden
Estée Lauder


Com a popularidade da indústria cinematográfica nas décadas de 20 e 30, Elizabeth Arden e Estée Lauder começaram a vender batons vermelhos em seus salões. A partir de então, a indústria americana iniciou a produção de mais variedades de cores como o rosa claro, lilás e vermelho escarlate.
No Brasil, na década de 1930, as mulheres usavam muito para a sedução nos cabarés. Na sociedade distinguia-se uma moça virgem, das que não eram, pelo batom que usavam, mulheres virgens usavam tons mais claros.



Na década de 40, durante a II Guerra Mundial, houve uma campanha para animar as tropas com uso do batom, enquanto que, na Inglaterra, a sua produção diminuiu. Com a febre das pin-ups, o batom vermelho deu uma guinada. As escalas de produção tornaram-se mundial, inclusiva após a invenção das embalagens push-up em metal e do delineador para lábios, como os de hoje em dia. O lábio superior era pintado simetricamente, com duas curvas e tinha um ar elegante. A tendência principal era a cor de cinabre.



Nos anos 50 pintavam-se longitudinalmente os cantos da boca e o contorno dos lábios era suave e um pouco maior do que os próprios lábios. Marylin Monroe e o tom fúcsia marcavam passo nesta altura.



Houve uma revolução nos anos 60 em relação as cores dos batons, apareceu o cor-de-rosa muito claro e o bege tom de pérola. A modelo que dominou esta época, Twiggy foi uma figura central da tendência da maquiagem, pintavam-se os lábios de modo a ficarem com um ar coquete e cheio.



Na segunda metade dos anos 70, com as discotecas no seu auge, tons como o roxo e o preto chegaram aos batons, assim como o gloss que se usava em cima dos lábios pintados ou diretamente. A forma preferida eram lábios com muita espessura, todavia com os contornos claramente visíveis.
Nos anos 80, aumentou a variedade de cores, usava-se o rosa, o castanho e o vermelho um pouco azulado. Na altura em que a expressão career woman começou a fixar-se, o vermelho tornou-se moda pela sua forte impressão ao mesmo tempo que os batons em tons de pérola eram muito elogiados.


Em 1985, foi lançado o boka loca, junto com a  novela Tititi, pelo personagem Victor Valentim (interpretado por Luis Gustavo) lembram?
 
 
Quem passou pelos anos 80 deve lembrar deste batom de moranguinho da Avon. Na minha época todas minhas amigas tinha um desse na bolsa.




Diversidade é a palavra para descrever a década dos 90. Os ciclos tornaram-se mais curtos, tal como o batom vermelho-escuro e, entre outras, as cores de fundo bege para dar um acabamento natural. Depois de entrarmos no século XXI, tudo passou ser possível.



De 2000 aos tempos atuais Fragmentos de todas as décadas passadas se misturam e contam um pouco da história da beleza feminina através dos tempos. Com a chegada do novo milênio, os diversos aspectos adotados pela beleza nos serviram de espelho.





Enfim, não é de hoje que mulheres usam produtos para deixar os lábios mais belos e protegidos. E o melhor de tudo é que hoje qualquer mulher, riquíssima ou mais humilde, casada ou solteira pode usar e abusar de todas as cores e benefícios dos diversos batons, formatos, cores e propostas oferecidas nos tempos atuais. Tendo somente bom senso: Veja algumas dicas da escritora Claudia Matarazzo:

·        Não retoque o batom em público. Faça-o sempre no banheiro.

·        Ao limpar os lábios em guardanapos, pressione-os sobre o tecido ou papel de maneira suave, para não deixar marcas

·        Prefira batons de longa duração, que não precisem ser retocados o tempo todo e nem manchem

·        Batom no dente não é gafe, mas retire-o assim que for avisada disso.

·        Cuidado com a escolha da cor! Tons escuros ou muito vermelhos não são apropriados para situações delicadas, como funerais ou missas.

 O      B A T O M      E      A      P E R S O N A L I D A D E

O batom diz muito sobre a personalidade de quem o usa. Descubra a sua!
Decidida - Ponta de um só lado
Quanto mais fina a ponta, maior a determinação de quem usa o batom. É uma guerreira. Na verdade, é segura, ambiciosa e, talvez por isso, não meça esforços para alcançar o que quer.

Corajosa - Ponta arredondada
Inteligente e glamurosa, é uma pessoa que adora surpresas e todo tipo de mudanças. O que mais a incomoda é a monotonia. Talvez esse seja o principal motivo para que esteja sempre mudando o guarda-roupas, a casa, o namorado...

Leal - Ponta em forma de cadeira
Pessoa brincalhona que vive em busca de aventuras. Faz amizade com facilidade e é uma ótima ouvinte, uma amiga para todas as horas. Entretanto, caso o “encosto” da cadeira fique muito alto, é preciso prestar mais atenção aos sintomas de estresse.

Boazinha - Ponta em diagonal
É uma pessoa do bem e, aos poucos, as pessoas que a rodeiam se dão conta disso. Algumas vezes dá a impressão de ingenuidade. Caso o batom fique assim até o final, significa que nunca será má. Lembre-se: a bondade é uma qualidade de poucos.

Equilibrada - Ponta em forma de casinha
Muitas pessoas a definem como zen, pois está sempre disposta a experimentar uma nova forma de terapia alternativa. Na verdade, tudo o que procura é o equilíbrio entre mente e corpo. E, no fundo, isso nada mais é que uma maneira de se conhecer melhor.

Misteriosa - Ponta em formato de chapéu
É uma estrategista. Gosta de fazer planos e guardá-los até o último minuto. Entretanto, isso não significa que os insights ficarão apenas no campo das idéias. Pelo contrário, na hora certa, sabe como colocá-los em prática.

Desconfiada - Ponta em forma de gota
É o tipo durona. Não chora na frente dos outros e nunca revela seus segredos a ninguém. Por isso, precisa estar sempre atenta as formas de exteriorizar seus sentimentos para não pifar.

Organizada - Ponta afiada
Honesta e boa amante, é daquelas que gosta das coisas planejadas e relacionamentos transparentes. A organização é seu ponto forte: adora deixar as coisas em ordem e, algumas vezes, não se dá conta de que exagera.

Sincera - Ponta plana
Romântica, sincera e leal com os amigos, é capaz de guardar um segredo como poucos. Tímida, muitas vezes nem mesmo tem noção do potencial e, por isso, esconde alguns talentos do resto do mundo.

Amorosa - Ponta em forma de bala
Quieta, delicada, esperta e surpreendente. As vezes, essas qualidades podem ser confundidas, dando a impressão de que é pegajosa. Sabendo disso, costuma enclausurar seus sentimentos e esconder suas qualidades dos outros. Tem um ar meio misterioso, capaz de deixar as pessoas curiosas a seu respeito.

Habilidosa - Duas pontas laterais
Habilidosa e talentosa, é uma dessas pessoas que não consegue ficar parada. Ama a vida e está sempre rodeada de amigos. O que não é problema, pois, em geral, tem o dom de deixar as pessoas a vontade e acaba sendo a anfitriã perfeita. Ainda assim, tem seus momentos de carência e precisa muito do carinho das pessoas que a cercam.

Informada - Torre torta
Uma grande amiga, adora badalações e não perde uma festa. É sempre uma das primeiras pessoas a ficar sabendo de tudo o que acontece com as pessoas que a rodeiam. Mas nem sempre consegue guardar segredos. Atenção para a torre do batom, pois se ela cair, indica crise interior.
FONTES:
Revista Note e anote – edição 28




terça-feira, 18 de dezembro de 2012

LEQUES


LEQUES


Espécies de abano com varetas para agitar o ar (sinônimo: abanico).

Leques são acessórios de uso pessoal, usados para abrandar o calor. Foi usado pelas elites europeias já descartados pelos costumes da sociedade moderna. Tiveram seu esplendor no período de 1670 a 1930, símbolo de luxo e elegância, tornando-se um complemento indispensável à vaidade feminina, invadindo e despertando paixões.


Originário da China, usado desde a mais remota antiguidade, pois aparece nas pinturas murais do Egito e da Assíria, existe há mais de três mil anos mais ou menos.


O leque esteve presente também na Índia, Pérsia, Grécia e Roma, mas alguns autores defendem a ideia de que o aparecimento do leque se deu no Japão entre os séculos XI a XVIII e outros dizem que os leques surgiram em diferentes partes do mundo ao mesmo tempo, tão antigo o seu uso quanto à existência do homem e além de amenizar o calor também era usado para afastar os insetos.


Várias são as lendas que correm sobre a sua invenção e uma das histórias, de fundo mitológico, conta que o primeiro leque se originou da asa de Zéfiro arrancada por cupido para abanar sua amada Psique. Outra, também muito encantadora, conta que a filha de poderoso mandarim, assistindo à festa das Lanternas, sentiu-se mal com o intenso calor desprendido das milhares de velas acesas e, contrariando os hábitos da época, discretamente retirou a máscara que lhe escondia rosto e com ela começou a se abanar, no que foram imitada por todas as mulheres chinesas presentes, nascendo assim o leque.



Os gregos foram seguidos por etruscos e romanos no uso dado ao leque e nos tipos de leques usados. Existiam escravos especialmente para abanar suas senhoras em dias de muito calor. Estes leques eram bem diferentes dos atuais, e geralmente eram de tecido ou pena.


Os leques mais antigos eram de grande porte e os portáteis, não podiam ser fechados e eram movidos pelos escravos, para refrescar os seus amos e resguardá-los dos raios solares. O uso cerimonial de tais leques remonta ao antigo Egito, e um exemplar foi encontrado no túmulo de Tutancâmon. Era uma honra poder abanar o Faraó. Os gregos, no século V a.C. adotaram o seu uso.


Na Grécia antiga os leques foram usados pelo menos desde o século IV A.C., como o comprovam achados em ruínas arqueológicas e textos antigos, sendo conhecidos sob o nome chips.


A igreja grega, ao ordenar seus padres, presenteava-os com um leque de ébano ou sândalo, madeiras aromáticas para que eles se abanassem durante os ofícios.


O mais antigo leque cristão na Europa foi o Flabelo ou leque cerimonial (do latim Flabelam: leque, diminutivo de Flagram: soprar dos ventos), que data do século VIU. Eram leques grandes de penas de avestruz usados nos cortejos papais.

 

Os Flabelo usados em número de dois eram levados por membros da corte papais chamados lamelíferos. Eram usados por altos dignitários no Oriente e na África. Também lembram o antigo costume romano, de durante os sacrifícios e refeições, os lamelíferos agitarem seus flabelo para afastarem insetos e refrescarem o ambiente. Nos ritos orientais, ainda se empregam flabelos nas celebrações litúrgicas, mas estes são distintos dos flabelos papais, sinal de distinção do Romano Pontífice. No rito bizantino, esta peça tem o nome de ripídio.
Durante a Idade Média o seu uso desapareceu na Europa ocidental, mas continuou nas Igrejas ortodoxas orientais e etíopes.


Fabricados em diversos materiais e técnicas, os mais antigos eram feitos de penas, folhas ou pergaminho. Com o passar do tempo, também foi feito com marfim, madrepérola, o charão, casco de tartaruga, as madeiras perfumadas, as plumas, os tecidos, renda, seda e papeis pintados em litografia aquarelada ou tempera ou bordadas com lantejoulas ou fios dourados ou prateados.



Os materiais utilizados em sua fabricação são luxuosos, com pedras preciosas, tecidos italianos que eram considerados os mais luxuosos na época e metais preciosos. Os leques ainda não eram tão maleáveis como hoje, sendo de abertura mais rígida, de maiores dimensões e pintados por artistas famosos.

 

Com cenas de gênero galantes, mitológicas, campestres ou orientais, muitas vezes retratando momentos históricos. Dentre tantas variações temos os comemorativos, de penas, plumas, com rendas, com tecido, tipo “baralho”, “mandarim”, com papel e as ventarolas.



A “Folha”, parte que produz o vento no leque, também fora diversamente modificada. Do século XVII até 1850, era em sua maioria feita em papel, previamente pintado e dobrado. Foi em meados de 1850 que a seda, gomada, passou a ser empregada na confecção dos leques. Mais tarde com o advento e o desenvolvimento da técnica de folha dupla com entermeio de papel, que se podem diversificar os tecidos como o taffetá, o moireé, a gauze, a renda, entre outros passaram a fazer parte do repertorio de tecidos, aplicado à manufatura das folhas.

A arte da plumaria começara a ser empregadas desde 1840 na decoração de leques com fios de marabout, inspirados nos leques mandarim. Em finais de 1860 e inicio de 1870 aparecem os primeiros modelos de leques de pluma de avestruz. Desde então ganhou fama e virou sinônimo de voluptuosidade e sedução, sendo muito requisitado e usado nas óperas, bailes, recepções, entre outras festividades até a década de 1930.

 
 
Diz-se que a moda dos leques de pena só teria surgido por volta de 1860, em Paris, depois que se conseguiu criar avestruzes em cativeiro, garantindo assim o abastecimento de penas.
 

 
A armação do leque apresenta duas partes, uma interna e outra externa e é formada de varetas, sendo que a externa tem o nome de varetas mestras, e a da frente, a principal. As varetas mestras são geralmente mais ornamentadas do que as simples, em muitas vezes apresentam as iniciais da dona do leque. No "leque indiscreto", era colocado pequenos espelhos que permitiam as damas ver a movimentação ao seu redor, sem serem vistas. A "folha" é a parte mais decorada do leque que podia ser feita com pinturas sobre tecido, papel, pergaminho, rendas, seda, etc, sendo geralmente ornamentadas com pinturas ou bordados com lantejoulas metálicas ou mesmo com fios de ouro ou prata.
 
leque oriental, feito em madeira
 
Os leques podem ser classificados em diferentes tipos, dependendo de sua decoração, tendo os que só são decorados de um lado e outros dos dois lados (dupla face). Há também os que têm as hastes trabalhadas ou simples. Há leques com a folha e outros com ela bem reduzida, além de leques que não tem esta parte, sendo constituídos apenas pelas hastes, chamados de baralho. Os leques tradicionais atualmente têm cerca de 23 cm, mas existem os de bolso, que no século XIX eram os mais utilizados pelos homens.
 
 
 
Catharina de Médicis introduziu seu uso na França, que foi logo aceito por Henrique II que aprimorou sua confecção, incumbindo para isto renomados artistas e pintores da época.

 
 
 
No reinado de Luís XIV foi considerado pela corte, objeto indispensável à elegância, tendo variado de tamanho e na originalidade de feitios.

 
Desde meados do século XVIII, a França foi a principal fabricante de leques e adereços de luxo. Com o desgaste ocasionado pela Revolução Francesa na produção deste tipo de produto, entram no mercado, importados pela Inglaterra, os leques orientais. Estes eram confeccionados em charão, sândalo ou marfim e traziam geralmente estampas de caráter bucólico e cenas de vida cotidiana.
  
 
Após a ascensão de Napoleão Bonaparte ao trono francês, a vida na corte toma outros rumos e a produção dos artefatos de luxo revigora-se.

 
 
Neste período os leques, bem como a moda, inspiram-se nos ideais clássicos, com cenas de faunos e bacantes, e nos modelos napoleônicos.

leque de 1815 a 1820

 Neste período os leques, bem como a moda, inspiram-se nos ideais clássicos, com cenas de faunos e bacantes, e nos modelos napoleônicos.


leque feito com renda
 
Com a indústria do luxo consolidada, a produção francesa gera raridades como leques em prata dourada, além de desenvolver máquinas de perfuração e gravação em osso e marfim. Nas décadas de 1830 e 1840, o leque manteve seu tamanho variando entre os 30 e 29 centímetros. A folha ou panache ainda era feita de papel, ricamente decorado com aquarelas ou litogravuras por vezes pintadas e guarnecidas de prata.

leque de 1845
 
Por volta de 1845, os leques, antes finos e longos, ganham mais forma nas varetas. Esta mudança deve-se aos primeiros leques "Mandarins” trazidos pelas casas de impostação inglesas de suas colônias na China.

 
Em 1850, a evolução antes descrita já se mostra forte nas oficinas dos melhores Eventelistes da Europa. Um formado mais oval é adotado e muito aceito. Esta vareta de formato modificado iria alongar-se quase fazendo desaparecer a folha do leque, mas em 1855 em diante, a folha voltaria com força total.
 
 
Entre 1860 e 1870, os leques ganham decoração diferenciada nas folhas, que são agora feitas de tafetá duplo com forro de papel jornal liso e fino, que dá maior estabilidade ao tecido e alonga a durabilidade da peça. É neste período que também aparecem os primeiros leques com características inovadoras, como os leques de plumas, de penas exóticas, de rendas, de casco de tartaruga, entre outros.
 
 
 
De 1870 a 1890 as variações na estrutura dos leques não são significativas e apenas ocorrem mudanças no tamanho, que acompanha a evolução das mangas Mutton, em meados de 1895 e 1896. Nos anos seguintes, num movimento inverso, o leque acompanha a moda e o estancar dos vestidos entre 1887 e 1900.

 
Desde meados do século XVIII, a França foi a principal fabricante de leques e adereços de luxo. Com o desgaste ocasionado pela Revolução Francesa na produção deste tipo de produto, entram no mercado, importados pela Inglaterra, os leques orientais.

 
Estes eram confeccionados em charão, sândalo ou marfim e traziam geralmente estampas de caráter bucólico e cenas de vida cotidiana. Após a ascensão de Napoleão Bonaparte ao trono francês, a vida na corte toma outros rumos e a produção dos artefatos de luxo revigora-se.
 
 
Madame de Stäel, uma dama da sociedade francesa, disse certa vez que “Há tantos modos de se servir de um leque que se pode distinguir, logo à primeira vista, uma princesa de uma condessa, uma marquesa de uma routurière (tipo de plebeia). Aliás, uma dama sem leque é como um nobre sem espada”.

 
Os primeiros leques chineses conhecidos são do II século a.C. Os leques faziam parte do status social do povo chinês e eram reservados para os membros da corte real, só na dinastia Han (206 aC - 220 d.C.) é que eles se tornaram amplamente disponíveis entre a população geral. Os leques tornaram-se tão populares que na dinastia Jin (317-420 d.C.), o imperador proibiu de serem feitos de seda, pois a quantidade manufaturada era tão alta que a produção de seda não conseguiria manter-se.

 
Durante a dinastia Song, artistas famosos, foram muitas vezes contratados para pintar imagens na superfície dos leques.

 
Os leques eram utilizados por homens e mulheres até a dinastia Ming, altura em que passaram a ser identificados como um acessório de moda feminino. Hangzhou era o principal centro de produção de leques.
 
 
No oriente os leques são muito utilizados nas danças típicas e geralmente são feitos de bambu com folha de papel ou pergaminhos.
 
 
 
Dada sua proximidade à China, logo passou a ser usado no Japão. Para cumprimentar uma dama, o cavalheiro levantava o leque. Três eram os leques no país: o gun-sen (de varetas de ferro), na-ogi (com 10 varetas) e o rekin-ogi (composto de três varetas).

 
O leque está presente na vida dos japoneses desde o nascimento, passando por momentos importantes como o casamento, até o funeral.

Leques em formato tradicional japonês


É costume levar a criança, um mês após seu nascimento, para fazer a primeira visita a um santuário. Trata-se de um ritual conhecido como por omyamairi. Na ocasião, os pais trazem um leque {suehiro ogui}, solicitando aos deuses que concedam ao bebê um crescimento saudável.

 
 
 
O leque também faz parte das comemorações do terceiro, quinto e sétimo aniversários, conhecidos por hichigosan.


 
Em Kyoto, ainda é costume quando a criança atinge 13 anos, voltar a um santuário para realizar o ritual de torça de leques, nessa ocasião, é feita a mudança do leque infantil, ganho no batizado, por um maior, confeccionado para adultos e com estampas mais sérias.


  
 
Quando um casal sente que a paixão tomou conta de sua vida e quer selar um compromisso mais sério, costuma realizar a troca de seus leques; esse ato simboliza uma jura de amor eterno, ato que corresponde ao noivado nos moldes ocidentais.
 
 
Na cerimônia de casamento tipicamente japonês a noiva apresenta aos convidados ostentando um leque dourado de um lado e um prateado do outro, o acessório também faz parte da vestimenta do noivo, que durante a cerimônia, traz consigo um leque de cor branca.

 
Esses objetos acompanham os japoneses até o fim da vida. Um dos costumes ainda existentes no cotidiano nipônico, mas já caindo no esquecimento, acontece nos velórios.

 
Nessas ocasiões, era comum os convidados levarem um leque de cor cinza-esverdeado, o qual era usado uma única vez.

 
Mai ougui - leque japonês para odori (dança japonesa). Estampado em duas faces, próprio para dançar odori.
 
 
Foi o Japão que inventou os leques dobrados tendo estes sido posteriormente levados para a China. No Japão os leques são oferecidos em ocasiões especiais, simbolizando amizade, respeito e boa vontade e são também um suporte importante na dança japonesa.
 
Os samurais no Japão utilizaram leques projetados para uso em guerra. Havia vários tipos de leques de guerra variando em tamanho, materiais, forma e uso. Uma das utilizações mais significativas era como dispositivo de sinalização.

 
As culturas asiáticas são particularmente conhecidas pelo uso deste acessório funcional. Os leques são utilizados tanto para resfriar o rosto como elemento decorativo.

 
Apesar de atualmente os leques serem mais conhecidos como objetos de decoração, ainda são utilizados como instrumentos em treinos de artes marciais como o Tai Chi Chuan.
 
 
Os Leques orientais foram utilizados como arma branca na Antiguidade e no período Medieval por praticantes de artes marciais da China, do Japão e da Coréia. São conhecidos como tiě shān, (literalmente, 'leque de aço') em idioma chinês, Tessen em japonês e "Buchae" em coreano.
 
 
Como uma arma, é feito com hastes de metal afiadas na ponta e seda endurecida. Fechado, pode ser usado como um pequeno punhal e aberto pode ser usado para "esfaquear" o oponente. É normalmente considerado arma de kung fu. Prática de Tai Chi Chuan com Leque.

 
Em Chiang Mai no norte da Tailândia são manufaturados lindíssimos leques, que são tradicionalmente decorados com paisagens e imagens muito coloridas.
 
 
Na Índia, o leque era fabricado com folhas de lótus, de bananas, e de palmeiras; seu nome era "pukk'la".

 
Na Turquia, o leque é muito empregado nos "harens": os escravos agitam-nos lentamente em volta das mulheres estendidas indolentemente sobre almofadas.
 
 
Para o Brasil a moda e uso corriqueiro dos leques só chegaram já bem tarde, em pleno século XIX, com a ida da Família Real Portuguesa, e boa parte da Corte, para o Brasil. Com D. João VI foi introduzido no Brasil o costume dos leques comemorativos, nos quais eram retratados momentos importantes. No período do Império estes leques comemorativos eram feitos na China e importados para o Brasil, tendo em um lado a cena comemorativa e do outro motivos orientais decorativos.

 
Em seu período áureo, foi utilizado tanto por homens como por mulheres, sendo relegado hoje à companhia feminina, desde o começo do século XX.
 
 
Um belíssimo leque do século XVII que pertenceu à musa de Marília de Dirceu, um dos poemas mais marcantes da história da literatura brasileira, está em algum lugar de São Paulo, dando sopa para um museu histórico brasileiro que queira enriquecer seu acervo.

leque comemorativo da chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, de1808


Se há na praça um leque com história, é este. Sua antiga dona, Maria Dorotéa Joaquina de Seixas, a Marília do poema, era noiva de Tomás Antonio Gonzaga, o Dirceu, poeta e inconfidente que, por aliar-se à conspiração de Tiradentes contra o domínio colonial português, em 1792, amargou o desterro em Moçambique até sua morte, em 1810. O livro Marília de Dirceu, de proporções não distantes das de Os Lusíadas, seria publicado no ano do desterro em Lisboa.


 
A Espanha tem sido uma grande promotora de leques cheios de cor, com cenas do seu folclore, das touradas, com lindas flores, mulheres espanholas dançando as suas típicas danças com mantilhas e com leques (abanicos).
 
 
Os leques dobráveis entraram em Espanha no século XVI.

 
 
No século XVIII havia em Madrid muitos criadores conhecidos de leques, mas destacava-se o francês Eugenio Prost. Este tinha chegado à Espanha sob a proteção do conde de Florida Blanca. Durante este período, Valencia foi reconhecida como o principal centro de produção de leques.

 
O casal Marie-Luise e Günter Barisch é aficionado por leques. Tanto que os dois possuem um museu na cidade de Bielefeld (Alemanha), onde estão expostos 160 desses acessórios, originários de uma coleção que começou em 1980 com viagens pela China, Japão e Europa.
Um museu do leque é quase tão raro quanto esse requintado acessório. Na Europa, além da Alemanha, só existem mais dois museus do gênero, em Londres e Paris. O primeiro leque do casal Barisch foi adquirido em uma feira de antiguidades. Ele retrata o casamento de Maria de Médici com Henrique IV da França. O leque tem 250 anos e é um dos mais esplendorosos da coleção.

 
 Outro leque luxuoso é o com que Ludwig II presenteou no ano de 1878 sua prima Elisabeth da Áustria, conhecida como a imperatriz Sissi. O museu possui também o leque das bodas de ouro do imperador alemão Guilherme I.
Antigamente, conta Günter Barisch, os leques tinham a função de mídia impressa, eram espécies de jornais e revistas, pois retratavam o que de importante acontecia no mundo. Os chamados "leques da revolução francesa de 1789" continham os nomes dos aristocratas guilhotinados. De modo geral, eles reproduziam grandes acontecimentos. Orgulhosos, os donos do museu alemão são proprietários de um leque de 1783 que mostra o primeiro vôo dos irmãos Montgolfier em um balão.
  
 
A LINGUAGEM DOS LEQUES


No contexto de luxo e sedução do século XIX surge a "Linguagem do Leque". Controlado pelas mães, pois era um complicado sistema de posições e gesticulações que possibilitavam as damas comunicar e flertar, muito discretamente à distância.

Um homem de sociedade distinguia a condição social de uma mulher pelo seu modo de manejar o leque. Linguagem da galanteria, sedução, agradável e sutil batalha de corações travava-se pelo delicado manejo dos leques que expressava as mais diferentes emoções. Infatigável e sempre presente na sociedade de outrora, quantas mensagens não jazem nesses belos objetos? Existiam códigos particulares e universais, onde cada posição representava uma letra ou frase.

 
Colocar o leque junto ao coração: conquistou meu amor
Abanar o leque muito devagar: sou casada.
Abanar o leque muito depressa: estou comprometida.
Tocar o leque na face direita: sim.
Tocar o leque na face esquerda: não.
Colocar o leque fechado junto ao olho direito: quando posso vê-lo de novo? A que horas, é respondido pelo número de varetas.
Tocar com a mão no leque ao abaná-lo: o meu desejo era estar sempre junto de ti.
Acariciar o leque fechado: não seja tão imprudente.
Tocar com o leque meio aberto nos lábios: pode me beijar
Levar o cabo do leque aos lábios: beije-me.
Unir as mãos debaixo do leque aberto ou cobrir a orelha esquerda com o leque aberto: não traia nosso segredo.
Esconder os olhos atrás do leque aberto: amo-o
Abanar-se rapidamente – amo você intensamente
Fechar o leque lentamente: prometo casar consigo.
Passar o leque pelos olhos: peço desculpas.
Tocar a extremidade do leque com o dedo: quero falar com você
Fechar e abrir o leque várias vezes: você é cruel.
Deixar cair o leque: Sou sua
Abaixar o leque: nós vamos ser amigos.
Abrir todo o leque: espere por mim.
Colocar o leque atrás da cabeça, fechado, tocando o cabelo: não se esqueça de mim.
Colocar o leque na cabeça, estendendo o polegar: adeus.
Segurar o leque na mão direita e em frente à face: siga-me.
Segurar o leque na mão esquerda e em frente à face: estou desejosa em conhecê-lo.
Colocar o leque junto da orelha esquerda: quero ver-me livre de si.
Passar o leque pela testa: você mudou.
Rodar o leque com a mão esquerda: estamos a ser observados.
Rodar o leque com a mão direita: amo outro.
Segurar o leque na mão direita: você está sendo muito precipitado.
Segurar o leque aberto com as duas mãos – esqueça-me
Apoiar o leque nos lábios - Não confio em você
Tocar a palma da mão com o leque - Estou pensando em você, ou Amo você.
Entregar o leque à mãe - Acabou-se
Andar com o leque conduzindo-o aberto na mão esquerda. - Aproxime-se
Usar o leque para proteger-se do sol - Você é feio. Não gosto de você
Girar o leque com a mão direita - Não gosto de você
Movimentar o leque entre as mãos - Odeio você
Colocar o leque junto da orelha esquerda - quero ver-me livre de ti.
Tocar o leque aberto com a ponta dos dedos - Preciso falar com você
Bater com o leque em um objeto - Sinal de impaciência
Usar o leque aberto na mão esquerda - Vamos conversar
Usar o leque aberto na mão direita - Você é muito ardente
Passar o leque de uma mão para outra - Você está flertando com outra ou Você é um atrevido
Abrir e fechar o leque e encostá-lo na bochecha queria dizer - Você me agrada
Entregar o leque fechado - Você me ama?
Dar um golpe com o leque fechado na mão - Ame-me
O leque aberto imóvel: - o terreno está livre...
Estar em uma varanda, ou andar pela sala, ao entrar, abanando-se com o leque - Hoje saio.
Dar voltas com o leque com a mão esquerda - Não estão vendo
Tocar os cabelos levantando-os com o leque - Penso em você
Leque aberto no colo - Quando nos veremos?

 
Até os dias atuais, em alguns países especialmente – e em ocasiões especiais – continua sendo um acessório indispensável e sinônimo de elegância. Em Portugal e na Espanha o uso do leque ainda é bem difundido, estando ligado à cultura destes países de forma profunda. A fabricação de leques é reduzida no Ocidente, tendo uma faixa de preços bem variável, custando desde uma simples moeda até uma pequena fortuna.
O país que mais produz leques atualmente é a China, justamente a terra onde o leque articulado foi criado.

 
Foram utilizados na moda, religião, batalhas, ou cerimónias. Eles são Arte, cultura, geografia e história, na mão de cada um.

 
FONTES:
·       Pequeno dicionário brasileiro da língua portuguesa ilustrado – volume dois - Abril Cultural – 1972
·       Informações do Museu Carlos Costa Pinto
·       Coleção e Texto: Marília Carqueja Vieira